quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Menos é sempre mais




Como descendente de japoneses sempre procurei viver de forma equilibrada.

Mesmo assim, devido a história que meus antepassados viveram, fugidos de uma guerra sem quase ter o que comer e vestir, numa época difícil de trabalho árduo e pouco dinheiro, foi natural que muitos começaram a guardar coisas em suas casas sempre com o pensamento de que poderiam precisar delas um dia.

Cresci vendo minha mãe comprar e estocar de tudo em nossa casa. Nada era desperdiçado ou jogado fora.

Quando me tornei independente comprei um apartamento e fui vivendo assim até que num determinado ponto percebi que minha vida estava estagnada e bagunçada. Me vi mergulhada num mar de coisas que comprava por impulso acreditando que um dia poderiam ter algum tipo de serventia. Comecei a perceber que meus armários já não comportavam tantas coisas vindas não só das compras que eu fazia, mas de presentes que ganhava dos colegas, amigos e parentes.

Fui aos poucos eliminando os excessos e percebi que todos aqueles objetos não eram tão necessários e à medida em que ia reduzindo as tralhas, o senso de organização e limpeza se estabeleciam. Senti que aquilo me fazia bem e me trazia paz interior.

Então resolvi fazer o mesmo com os demais setores da minha vida. Cortei as arestas de tudo o que me impedia de ser livre e feliz.

Mudei de casa, sai do emprego e troquei de cidade em busca de uma nova filosofia de vida. Muitos se espantaram com a minha decisão. Continuo em busca de meus sonhos. Reconheço que hoje levo uma vida melhor e realmente equilibrada.

Compreendo que precisamos correr atrás do dinheiro como forma de sobrevivência, mas muitas vezes o que acontece é que nos deixamos levar pela onda da mídia capitalista que facilmente nos seduz com seus modismos de consumo.

Extrair a melhor fração das coisas me fizeram enxergar o mundo de uma forma mais simples, clara e objetiva.

Aprendi a ser seletiva e a valorizar a qualidade ao invés de quantidade. Muitos estão vivendo numa roda sem parar um minuto para refletir até que ponto estão levando a vida no piloto automático e o que realmente estão fazendo de interessante e importante com seu tempo.

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